Como “Westworld” Previu o Futuro dos Parques Temáticos Muito Antes da Disney

Westworld
Imagem: Divulgação

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Quando o público viu Westworld em 1973, muitos acharam a ideia de passar férias em um parque totalmente automatizado algo puramente ficcional.

Meio século depois, a Disney, a Universal e outras gigantes do entretenimento investem bilhões em imersão total, exatamente o que Michael Crichton imaginou no seu faroeste futurista.

O filme, estrelado por Yul Brynner, Richard Benjamin e James Brolin, apresentou visitantes dispostos a pagar US$ 1 000 por dia para viver aventuras em mundos ambientados no Velho Oeste, na Roma Antiga ou na Idade Média.

Westworld mostra que quando os androides piram, o sonho vira pesadelo, e a ficção científica vira profecia.

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Criação Visionária de Michael Crichton

Crichton escreveu e dirigiu o longa após visitar a Disneylândia e perceber que a automação podia sair do controle. Seu roteiro mesclava western, suspense e ficção científica em 88 minutos tensos.

Era a primeira vez que um grande estúdio confiava a um médico-escritor a direção de um filme inteiro, façanha que Crichton repetiria em “Coma” (1978) e “Runaway” (1984).

Na trama, a falha de um microchip desencadeia um efeito dominó de panes sistêmicas, conceito tão avançado que os computadores usados para gerar os créditos e a “visão pixelizada” do pistoleiro androide precisaram de 8 h para renderizar cada quadro.

Efeitos Visuais de Westworld que Mudaram Hollywood

O departamento de pós-produção liderado por John Whitney Jr. criou o primeiro efeito digital da história do cinema: o ponto de vista robótico de Brynner, produzido ao quebrar cada fotograma em quadrados coloridos.

O pioneirismo abriu caminho para “Tron” (1982), “O Exterminador do Futuro” (1984) e, anos depois, “Jurassic Park”, outro projeto de Crichton.

A ousadia custou “apenas” US$ 200 mil de um orçamento enxuto de US$ 1,2 milhão, mas rendeu a sensação de tecnologia real que o diretor buscava.

Parques Temáticos: Westworld Versus Disney

O filme chegou aos cinemas norte-americanos em 15 de agosto de 1973 e, no Brasil, poucas semanas depois, sob o título “O Mundo dos Andróides”.

Na época, Walt Disney World ainda operava só com o Magic Kingdom; EPCOT Center seria inaugurado nove anos depois.

Eis o impacto: Crichton imaginou atrações imersivas onde tudo, inclusive violência, era permitido, décadas antes de a Disney introduzir sabres de luz reais na Galaxy’s Edge ou de a Universal montar experiências em VR dentro de “Velocidade Máxima”.

Entre as inspirações reais, o autor citava a “Pirates of the Caribbean” (1967), onde bonecos eletrônicos repetiam loopings inofensivos.

Crichton perguntou: “E se eles parassem de seguir o roteiro?” A resposta foi Westworld, metáfora perfeita dos dilemas de IA e segurança operacional que parques atuais enfrentam com robôs de recepção e shows sem operadores humanos.

Do Filme à Série da HBO

O sucesso gerou a continuação “Futureworld” (1976) e a série “Beyond Westworld” (1980), cancelada após cinco episódios.

Mas foi só em 2016 que a HBO transformou a premissa no épico televisivo criado por Jonathan Nolan e Lisa Joy. Exibida no Brasil pela HBO e pelo streaming Max, a produção teve quatro temporadas (2016-2022) e 36 episódios, conquistando nove Emmys antes de ser cancelada em novembro de 2022.

Embora mais filosófica, a série manteve o faroeste high-tech, expandiu o debate sobre consciência artificial e espelhou a tendência de parques temáticos hiper-imersivos, como a atração Star Wars: Rise of the Resistance, que usa droids animatrônicos e tracking individual de visitantes.

Elenco, Direção e Ficha Técnica do Filme

  • Direção e roteiro: Michael Crichton
  • Elenco principal: Yul Brynner (Gunslinger), Richard Benjamin (Peter Martin), James Brolin (John Blaine)
  • Música: Fred Karlin
  • Estreia EUA: 15 ago 1973 (pré-estreia) / 21 nov 1973 (circuito nacional)
  • Estreia Brasil: agosto 1973 (cinemas), sob o título “O Mundo dos Andróides”
  • Duração: 88 minutos
  • Distribuição: Metro-Goldwyn-Mayer

Onde Assistir Hoje

  • Filme (1973) – disponível para aluguel ou compra digital na Prime Video (teste grátis por 30 dias), Apple TV e Google Play; ocasionalmente exibido no Telecine Cult.
  • Série (2016-2022) – todas as quatro temporadas em streaming no catálogo Max no Brasil.

Curiosidades Rápidas

  • O modelo de androide de Brynner usa o mesmo traje preto do pistoleiro Chris, de “Sete Homens e um Destino” (1960); a peça era do próprio guarda-roupa do ator.
  • A produção gravou em Old Tucson, Arizona, cenário clássico de westerns.
  • “Westworld” foi o primeiro roteiro original de Crichton para cinema; todos os livros anteriores viraram filmes dirigidos por outros nomes.
  • A sequência “Futureworld” foi o primeiro longa rodado em uma usina nuclear real (AstroWorld, Houston).

Outros Trabalhos do Elenco e Direção

  • Michael Crichton: “Jurassic Park” (romance 1990), direção de “Runaway – Fora de Controle” (1984).
  • Yul Brynner: vencedor do Oscar por “O Rei e Eu” (1956).
  • Richard Benjamin: diretor de “O Céu se Enganou” (1990).
  • James Brolin: astro de “Hotel” (1983-1988) na TV.

Westworld e o Futuro dos Parques Temáticos

Westworld continua relevante porque transformou a fantasia de um parque sem limites em alerta existencial sobre tecnologia e ética.

Primeiro, mostrou que a busca por entretenimento extremo tem um preço alto quando máquinas ganham autonomia.

Segundo, virou manual antecipado para Imagineers e engenheiros que hoje integram animatrônicos conversacionais nos parques da Disney, robôs de carga na Universal e personagens de IA em experiências de realidade mista.

Por fim, a resiliência do tema, do filme à série, demonstra que o fascínio (e o medo) diante de mundos artificiais é tão duradouro quanto a própria sede de aventura humana.

Ao revisitar Westworld, entendemos não só de onde vêm nossos parques temáticos preferidos, mas também para onde essa jornada tecnológica pode nos levar.

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Foto de Augusto Tavares

Augusto Tavares

Me chamo Augusto Tavares, sou formado em Marketing e apaixonado pelo universo dos programas de TV que marcaram época. Como autor trago minha experiência em estratégia de comunicação e criação de conteúdo para escrever artigos que reúnem nostalgia e informação. Meu objetivo é despertar memórias afetivas nos leitores, mostrando como a era de ouro da televisão ainda influencia tendências e comportamentos nos dias de hoje.

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