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A estreia de Stargate SG-1 em 1997 provou que ainda havia muito a explorar além do filme de 1994. Foi o ponto de partida para dez temporadas de aventuras que cruzaram história antiga, ficção científica militar e humor afiado.
Muito do fascínio veio da forma como a produção “traduziu” a mitologia egípcia para um contexto alienígena, criando vilões convincentes e um universo gigantesco que se expande até hoje.
Em plena era pré-streaming, a série rapidamente encontrou público fiel graças à combinação de efeitos práticos, roteiro ágil e carisma do elenco principal.
Ao recriar divindades como Apófis, Osíris e Anúbis como parasitas Goa’uld, SG-1 ganhou identidade própria dentro da TV sci-fi dos anos 1990.
Das pirâmides ao portal: a essência egípcia de SG-1
Os roteiristas Angela Ndalianis e Frederic Krueger apontam que SG-1 “re-escreve” séculos de mitos egípcios, gregos e nórdicos, convertendo deuses em espécies alienígenas tecnologicamente avançadas.
A base desse processo foi a decisão de mostrar o Sol como apenas mais um ponto de salto no mapa estelar: Ra, Apófis e Anúbis são, na verdade, symbiotes que usam tecnologia para se passar por deuses.
O resultado é uma inversão criativa: pirâmides viram plataformas de pouso para naves, a sarcófago de ressurreição vira tecnologia médica e a própria máscara de Ra, vista no longa-metragem, torna-se peça central dos créditos de abertura.
Esses créditos, aliás, reciclaram o adereço de fibra de vidro do filme até a 5.ª temporada, curioso reaproveitamento que os cenógrafos chamavam de “corte de custos de luxo”.
Os bastidores que transformaram deuses em Goa’uld
Para convencer o público de que antigas divindades podiam ser ETs, a equipe de maquiagem trabalhou diariamente com próteses de serpentes e hieróglifos aplicados em Christopher Judge (Teal’c) e nos figurantes Jaffa.
O símbolo dourado na testa do ator era colado com adesivos cirúrgicos; ele raspava a cabeça em casa para acelerar o processo.
Os cenários interplanetários foram construídos em estúdios de Vancouver. Diretores frequentes como Peter DeLuise e Martin Wood aproveitavam florestas da Colúmbia Britânica para “vender” mundos alienígenas, enquanto o designer James Robbins inseria detalhes faraônicos em portas, tochas e armaduras.
Essa mistura de selva canadense com ornamentos egípcios tornou-se a marca visual da série.
Elenco, direção e números que fizeram história
Elenco principal (1.ª fase):
- Richard Dean Anderson (Coronel Jack O’Neill)
- Amanda Tapping (Cap. Samantha Carter)
- Michael Shanks (Dr. Daniel Jackson)
- Christopher Judge (Teal’c)
- Don S. Davis (Gen. Hammond)
Reforços posteriores:
- Ben Browder (Cameron Mitchell)
- Claudia Black (Vala Mal Doran)
- Beau Bridges (Gen. Landry).
Criadores/showrunners: Brad Wright & Jonathan Glassner.
Diretores recorrentes: Peter DeLuise, Martin Wood e Andy Mikita.
Estreia de Stargate SG-1 EUA: 27 de julho de 1997 (Showtime); mudança para Sci-Fi Channel em 2002.
Estreia de Stargate SG-1 Brasil: Fox Brasil em 1998; depois Syfy Brasil e, desde 2022, Rede Brasil de Televisão (RBTV) na TV aberta.
Temporadas: 10 (214 episódios).
Temporadas exibidas no Brasil: todas as 10, embora com hiatos entre 2007-2010 durante a transição de canais.
Curiosidades de produção
“Children of the Gods” custou US$ 6 milhões, um dos pilotos mais caros da TV a cabo na época.
O set da sala de controle do Stargate cabia dentro de um depósito de lenha remodelado.
Richard Dean Anderson permaneceu como produtor executivo a partir da 3.ª temporada, recebendo liberdade para reduzir sua carga horária e passar mais tempo com a família.
Outros trabalhos do elenco
Anderson: MacGyver (1985-92), Legend (1995).
Tapping: Sanctuary (2008-11), Motherland: Fort Salem (2020-22).
Shanks: Saving Hope (2012-17).
Browder: Farscape (1999-2003).
Black: The Witcher (voz de Triss, 2023), The Legend of Vox Machina (2022).
Onde assistir hoje e relembrar cada missão
Em 2025, as dez temporadas estão completas no Prime Video e no catálogo sob demanda da MGM+ via canais Apple TV.
Quem busca opções gratuitas pode encontrar a série em rotação no Pluto TV (canal Sci-Fi Classics), embora apenas em inglês com legendas automáticas.
No Brasil, a Rede Brasil de Televisão (RBTV) mantém transmissões semanais nas noites de domingo, resgatando o formato de TV aberta que popularizou a franquia no país.
Para colecionadores, boxes em DVD ainda circulam no mercado de usados, mas o formato físico tornou-se item nostálgico diante das plataformas digitais.
Por que Stargate ainda fascina fãs de mitologia e sci-fi
Stargate SG-1 não apenas sobreviveu a mudanças de canais e de elenco; ela consolidou um modelo narrativo que combina descobertas científicas, humor militar e releituras ousadas de mitos milenares.
Ao reimaginar deuses do panteão egípcio como parasitas cósmicos, a produção abriu caminho para que futuras séries sci-fi dialogassem com história e arqueologia de forma mais livre.
Mais que um produto de sua época, a série serve de ponte entre a aventura pulp dos anos 1990 e o streaming contemporâneo.
Cada episódio continua a oferecer reflexões sobre colonialismo, religião e identidade, temas que permanecem atuais quase três décadas depois da estreia.
Por fim, revisitar Stargate é aceitar o convite para atravessar portais metafóricos: viajar por civilizações antigas, questionar divindades e, acima de tudo, celebrar a imaginação humana que transforma mito em ciência através de uma boa história.
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