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Você acorda suando frio, certo de que ainda está no Vietnã. Mas o despertador toca, o metrô range lá fora e a vida segue… ou quase.
É nessa fresta entre realidade e delírio que Alucinações do Passado (1990), dirigido por Adrian Lyne e estrelado por Tim Robbins, puxa o tapete do espectador até o derradeiro segundo.
Trinta e cinco anos depois, o filme continua causando arrepio com um desfecho que muitos chamam de “impossível de superar”.
Alucinações do Passado: do fracasso ao status de filme-cult
Alucinações do Passado estreou com orçamento de US$ 25 milhões, mas saiu de cartaz com apenas US$ 26,1 milhões arrecadados, um quase fiasco comercial, considerando marketing e taxas.
Ainda assim, o boca a boca e as reprises em TV transformaram a obra em queridinha do terror psicológico, inspirando games como Silent Hill e centenas de teorias na internet.
4 detalhes que você talvez não tenha notado:
- O trem inicial corre em sentido inverso ao usual, sugerindo que Jacob já está “fora” da realidade.
- A fotografia alterna luz quente e fria para indicar passado e presente (mas nem sempre acerta, só pra confundir).
- As criaturas cabisbaixas surgem em 23 quadros por segundo, truque que cria o “vibraface” sem CGI.
- O apartamento de Jacob foi reconstruído em estúdio; nenhuma janela dá para o exterior de fato.
Alucinações do Passado e o pesadelo real do MK-Ultra
Alucinações do Passado mergulha em um medo histórico: a manipulação da mente pelo governo.
O roteiro cita o alucinógeno “Ladder” (na vida real, BZ), droga testada em soldados para torná-los mais agressivos, experiência semelhante às conduzidas pelo famigerado Projeto MK-Ultra (1953-1973) da CIA.
Esse pano de fundo dá peso extra à paranoia de Jacob: não é só trauma de guerra, mas a suspeita de ter virado cobaia sem consentimento.
A mistura de horror corporal (corpos contorcidos, rostos distorcidos) com documentos históricos faz o espectador se perguntar: e se for verdade?
Alucinações do Passado: um final que ainda divide opiniões
Logo após o lançamento, 72 % dos críticos no Rotten Tomatoes elogiaram o filme, mas muita gente saiu do cinema confusa ou irritada, público deu nota C- no CinemaScore.
O próprio Roger Ebert confessou ter saído “atordoado, triste e em choque”, mas rendeu 3½ de 4 estrelas pela força da execução.
3 perguntas que o desfecho deixa no ar:
- Jacob realmente encontra paz ou continua preso em loop?
- As visões são efeito da droga ou metáfora espiritual?
- Nós, espectadores, somos cúmplices por assistir ao seu sofrimento?
Alucinações do Passado: o polêmico remake de 2019
Em 2019, Hollywood tentou repetir a fórmula. O novo Alucinações do Passado trocou Vietnã por Afeganistão e adicionou reviravolta familiar, mas perdeu o clima onírico.
Resultado: 31/100 no Metacritic e consenso de “remake desnecessário que esquece o que fazia o original brilhar”.
Ainda que traga Michael Ealy em performance dedicada, o reboot se apoia em sustos rápidos e ação de corredor, deixando de lado o terror existencial que faz o primeiro filme assombrar gerações.
Conclusão
Ufa, respira. Se você nunca viu Alucinações do Passado, prepare a manta e apague as luzes, mas esteja ciente de que a realidade pode parecer bem diferente quando os créditos subirem.
Já encarou esse pesadelo? Volta aqui e me conta se o final ainda te derruba!
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