Nem o tubarão de 1975, nem o extraterrestre de 1982: este monstro de 1993 quebrou recordes

Jurassic Park
Imagem: Divulgação

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Quando Jurassic Park chegou aos cinemas em junho de 1993, o público não apenas viu dinossauros realistas pela primeira vez: presenciou uma virada de página na história dos efeitos especiais.

O longa de Steven Spielberg combinou animatrônicos gigantes da Stan Winston Studios com 15 minutos revolucionários de CGI da Industrial Light & Magic, criando um espetáculo que redefiniu as bilheterias dos anos 90.

Vídeo: Canal Kenny Moscinski

A origem literária e o salto para o cinema

Publicado em 1990, o best-seller homônimo de Michael Crichton já impressionava pela mistura de suspense científico com ação.

Spielberg comprou os direitos antes mesmo de o livro chegar às lojas, derrotando concorrentes como Tim Burton e James Cameron.

Crichton e David Koepp condensaram a trama, colocando o parque temático de John Hammond como palco de um experimento genético descontrolado e, principalmente, focando no deslumbre do público diante de criaturas extintas que ressurgem diante dos olhos.

Produção pioneira: efeitos especiais, animatrônicos e o furacão Iniki

As filmagens começaram no Havaí e na Califórnia em agosto de 1992. Durante a estadia na ilha de Kauaʻi, a equipe enfrentou o furacão Iniki, que obrigou Spielberg a improvisar cenas internas no hotel, material que depois reforçou o clima de tempestade do clímax.

O T-Rex de seis toneladas, construído em espuma de látex sobre estrutura hidráulica, encharcava-se e “espirrava” a cada take noturno, obrigando os técnicos a secá-lo com secadores industriais.

Já os velociraptors mesclavam pernas humanas em traje azul-chroma e CGI, um truque que nenhum espectador de 1993 conseguiu notar.

Elenco e direção: carreiras antes e depois dos dinossauros

Spielberg, então recém-saído de “Hook – A Volta do Capitão Gancho”, escalou atores sólidos em vez de super-estrelas:

Sam Neill (de “O Enigma do Horizonte”);

Laura Dern (premiada por “Coração Selvagem”);

Jeff Goldblum (ainda lembrado por “A Mosca”);

Richard Attenborough, veterano de “A Ponte do Rio Kwai”, trouxe humanidade ao excêntrico Hammond;

As crianças Joseph Mazzello e Ariana Richards viraram ícones da cultura pop;

Samuel L. Jackson (“Pulp Fiction” sairia um ano depois) e BD Wong (“Lei & Ordem”) ganharam projeção mundial;

A trilha de John Williams, cinematográfica, grandiosa, inesquecível, voltou a tocar nas rádios brasileiras em 2022, quando a Globo reprisou o filme na grade aberta.

Estreias, bilheteria e recepção

Nos Estados Unidos, a estreia em 11 de junho de 1993 arrecadou US$ 50 milhões no primeiro fim de semana, quebrando o recorde que pertencia a “Batman – O Retorno”.

No Brasil, “Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros” desembarcou em 25 de junho com filas que dobravam quarteirões e um público de 5,4 milhões de espectadores em poucas semanas, feito raríssimo na era pré-multiplex.

No total, o filme somou US$ 914 milhões na bilheteria mundial original e ultrapassou US$ 1 bilhão após a conversão 3D de 2013.

Críticos exaltaram a mistura de suspense hitchcockiano com tecnologia de ponta, enquanto especialistas em paleontologia elogiaram a popularização de termos como “velociraptor” (até então restrito a artigos acadêmicos).

Exibição no Brasil e impacto cultural

Já em 1999, a Tela Quente da Rede Globo exibiu o longa em rede nacional, audiência que se repetiria em sessões futuras como Festival de Sucessos (2008) e Sessão de Sábado (2020).

A cada reapresentação, as buscas por fósseis, museus e brinquedos temáticos disparavam. O merchandising foi colossal: do Jeep Wrangler listrado a baldes de pipoca em forma de ovo de velociraptor.

Em 2025, “Jurassic Park” continua pauta em podcasts e canais de paleontólogos brasileiros que destacam o realismo das criaturas para a época.

Onde assistir hoje

Quem quiser rever o clássico encontra-o em 4K no catálogo da Universal+ (via canais Prime Video) e no Globoplay, além de opções de aluguel na Apple TV, Google Play Filmes e Microsoft Store.

Na TV por assinatura, o longa costuma aparecer na programação do TNT Megafilm e do canal Cinemax.

Para colecionadores, a caixa comemorativa de 30 anos em Blu-ray inclui storyboards originais, um making-of dirigido por Laurent Bouzereau e miniaturas dos raptors.

Data de lançamento ‏ : ‎ 22 maio 2018
Atores ‏ : ‎ Sam Neill
Legendas: ‏ : ‎ Português, Francês, Espanhol, Japonês
Idioma ‏ : ‎ Japonês (DTS 5.1), Espanhol (DTS 5.1), Português (DTS 5.1), Francês (DTS 5.1), Francês canadense (DTS 5.1)
Estúdio ‏ : ‎ Universal Pictures Home Entertainment

Curiosidades de bastidor que você talvez não saiba

  • O rugido do T-Rex mistura elefante-bebê, tigre e jacaré; o estalo final provém de um cão-chihuahua.
  • O som destruidor dos passos vem de uma árvore caída esmagada com uma prensa hidráulica, gravada em baixa frequência.
  • Os ovos de dinossauro eram cascas de porcelana pintadas à mão, descartadas ao fim das filmagens.
  • Para a cena do copo d’água vibrando no jipe, os técnicos prenderam cordas de guitarra sob o painel e dedilharam fora de quadro.
  • A ILM utilizou o programa “RenderMan” em SGI Workstations pela primeira vez numa produção tão extensa, pavimentando o caminho para “Toy Story” (1995).

O legado de Jurassic Park

Jurassic Park não foi apenas um marco de bilheteria, mas um divisor de águas na forma como Hollywood enxerga a união entre ciência, entretenimento e tecnologia.

Trinta anos depois, cineastas ainda estudam a “regra Spielberg” de mostrar o monstro aos poucos, gerando expectativa antes do espanto.

A influência do filme se estende a parques temáticos na Flórida, videogames de construção de zoológicos pré-históricos e duas trilogias de sequências que mantêm o debate sobre bioética em pauta.

Mesmo com avanços imensos em CGI, poucos blockbusters conseguem replicar o impacto visceral que Jurassic Park causa quando o primeiro braquiossauro surge contra o pôr do sol.

Em uma era de streamings ilimitados, revisitar Jurassic Park lembra ao público que grandes filmes nascem da combinação de história bem contada, personagens carismáticos e inovações tecnológicas usadas a serviço da narrativa, uma lição ainda válida para qualquer aspirante a cineasta ou simples amante de dinossauros.

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Foto de Augusto Tavares

Augusto Tavares

Me chamo Augusto Tavares, sou formado em Marketing e apaixonado pelo universo dos programas de TV que marcaram época. Como autor trago minha experiência em estratégia de comunicação e criação de conteúdo para escrever artigos que reúnem nostalgia e informação. Meu objetivo é despertar memórias afetivas nos leitores, mostrando como a era de ouro da televisão ainda influencia tendências e comportamentos nos dias de hoje.

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