O desenho que reuniu deuses, alienígenas e milionários mascarados pela primeira vez

Liga da Justiça
Imagem: Divulgação

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Três anos antes de Super Amigos invadir as manhãs brasileiras, a Liga da Justiça já havia trocado as páginas dos quadrinhos por uma tela cintilante de 29 polegadas.

Em plena década dos seriados de faroeste, a Filmation ousou reunir deuses, alienígenas e milionários mascarados em cores vivas e sensores limitados, criando a primeira versão animada da equipe de heróis mais famosa da DC Comics.

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A estreia televisiva da Liga da Justiça 1960

O bloco The Superman/Aquaman Hour of Adventure chegou à CBS em 9 de setembro de 1967, exibindo três curtas de sete minutos intitulados “Between Two Armies”, “Target Earth” e “Bad Day on Black Mountain”.

Foram apenas uma temporada e três episódios, mas o suficiente para mostrar Superman, Flash, Lanterna Verde, Gavião Negro e Átomo lutando lado a lado contra cristaloides e invasores rochosos.

Bastidores da Filmation: criatividade e orçamento apertado

A produção de Liga da Justiça foi comandada pelo trio Lou Scheimer, Norm Prescott e Hal Sutherland, co-fundadores da Filmation.

Trabalhando com verbas modestas e prazos exíguos, eles optaram por cenários estáticos, movimentos limitados e truques de reciclagem de quadros que, paradoxalmente, viraram marca registrada do estúdio.

A meta era clara: entregar ação sem perder a essência heroica dos quadrinhos recém-criados em 1960 por Gardner Fox.

Vozes lendárias que deram vida aos heróis da Liga da justiça

Bud Collyer, já consagrado no rádio e nos curtas da Fleischer, voltou a ser a voz de Superman, enquanto Gerald Mohr (Lanterna Verde), Ray Owens (Flash), Pat Harrington Jr. (Átomo) e Vic Perrin (Gavião Negro) completaram o elenco.

A narração estrondosa de Ted Knight anunciava: “The combined might and power of the Man of Steel…”. Cada curta começava com esse bordão que arrepiou uma geração antes da trilha de Star Wars existir.

Do CBS ao SBT: o caminho até a televisão brasileira

Nos Estados Unidos, os três episódios foram exibidos em setembro de 1967 e reprisados ocasionalmente até 1960.

Já no Brasil, as dublagens chegaram apenas nos anos 80, dentro dos programas de Sérgio Mallandro e Bozo, na grade do SBT, que reeditaram as aventuras sob o guarda-chuva Os Super-Amigos.

A Globo ainda exibiu trechos em pacotes de férias, mas nunca em sequência completa. Assim, muitos fãs brasileiros só descobriram os três curtas originais décadas depois, em fitas caseiras ou blocos especiais de madrugada.

Temporadas e exibições

Tabela Responsiva – Liga da Justiça 1960
País Temporadas Episódios Canais Ano de estréia
EUA 1 3 CBS 1967
Brasil 1 (reprise) 3 SBT / Globo 1980

(tabela meramente informativa; números confirmados pelos guias Fandom e Memória da TV)

Legado e onde assistir às aventuras hoje

Por mais esquecido que seja, o desenho abriu caminho para Super Amigos (Hanna-Barbera, 1973) e para a série Liga da Justiça do Cartoon Network (2001).

As três histórias de 1967 foram remasterizadas no box DC Super Heroes: The Filmation Adventures, vendido em DVD e também em lojas digitais como iTunes e Amazon Prime Video.

Parte do material vive no YouTube, mas com qualidade inferior. Já o streaming Max, até julho de 2025, negocia os direitos da biblioteca Filmation; por ora, o DVD é a forma mais estável de rever essas raridades.

Outros trabalhos do elenco e da equipe

  • Hal Sutherland dirigiu toda a primeira temporada de Star Trek: The Animated Series (1973), que ganhou um Emmy e consolidou o formato de “animação para adultos nos sábados de manhã”.
  • Lou Scheimer produziria, anos depois, He-Man e os Mestres do Universo e She-Ra, expandindo o estúdio para além dos super-heróis.
  • Bud Collyer encerrou a carreira pouco depois, mas deixou registrada a voz do “Grande S” em quase todas as mídias existentes até então.

O impacto duradouro da Liga da Justiça 1960

Quando revisitamos os traços simples, os planos estáticos e até os deslizes de continuidade, percebemos que a Liga da Justiça não sobrevive pela técnica, mas pela ousadia de reunir tantos ícones em tela pela primeira vez.

Mesmo com apenas três episódios, o desenho estabeleceu o conceito de crossover animado, provando que, se heróis já faziam sucesso isoladamente, juntos poderiam ser imparáveis, ideia que décadas depois sustentaria bilheterias bilionárias no cinema.

Em tempos de produções digitais hiper-realistas, vale recordar que foi nesse experimento de 1967, inspirado nos quadrinhos de 1960, que começou a trajetória audiovisual da Liga.

Rever hoje essas aventuras é reencontrar a gênese das animações de super-heróis, celebrar a persistência criativa da Filmation e constatar que o espírito de equipe continua tão relevante quanto há sessenta anos.

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Foto de Augusto Tavares

Augusto Tavares

Me chamo Augusto Tavares, sou formado em Marketing e apaixonado pelo universo dos programas de TV que marcaram época. Como autor trago minha experiência em estratégia de comunicação e criação de conteúdo para escrever artigos que reúnem nostalgia e informação. Meu objetivo é despertar memórias afetivas nos leitores, mostrando como a era de ouro da televisão ainda influencia tendências e comportamentos nos dias de hoje.

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