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Maguila – O Gorila é um desenho animado da Hanna-Barbera que marcou a infância de muita gente nos anos 60 e 70. Neste artigo, você vai descobrir curiosidades pouco conhecidas, bastidores de produção, personagens marcantes e como esse cartoon clássico ainda influencia a cultura pop hoje.
Origem e Criação do Personagem
Maguila – O Gorila, conhecido internacionalmente como Magilla Gorilla, foi criado em 1964 pelos lendários estúdios Hanna-Barbera. A dupla William Hanna e Joseph Barbera, já famosa por sucessos como Os Flintstones e Os Jetsons, buscava um novo protagonista que fosse simpático, engraçado e, acima de tudo, facilmente reconhecível pelas crianças. A inspiração veio de duas fontes principais: o boom da cultura pop em torno de gorilas (impulsionado por filmes como King Kong) e a popularidade de mascotes grandes e desajeitados em anúncios de TV dos anos 60.
O conceito era simples: um gorila gigante, mas de coração doce, que vivia preso em uma loja de animais à espera de um comprador. O humor nascia das tentativas malsucedidas de venda feitas pelo dono da loja, o atrapalhado Sr. Peebles. A cada episódio, Maguila era comprado por alguém que logo percebia que cuidar de um gorila de quase 200 quilos não era tarefa fácil. O resultado? Sempre acabava devolvido à loja, criando um ciclo de situações cômicas.
O design original, assinado pelo artista Ed Benedict, privilegiou linhas arredondadas, olhos expressivos e roupas infantis — um gorro verde e um suspensório roxo — para tornar o personagem menos ameaçador. Segundo registros do estúdio, Benedict desenvolveu mais de 30 rascunhos antes de chegar ao visual final. O nome “Magilla” foi escolhido porque remetia à palavra inglesa gorilla e possuía sonoridade divertida. No Brasil, a adaptação fonética transformou-se em “Maguila”, mantendo a musicalidade.
Outro ponto importante foi a trilha musical. A canção de abertura, composta por Ted Nichols, apresenta um ritmo marcante e fácil de cantar, algo considerado essencial pelos produtores para fixar o personagem no imaginário infantil. Desde o lançamento, Maguila foi pensado para ser amigável, tornando-se um dos primeiros exemplos de “gigante gentil” da animação.
O Sucesso na Televisão Brasileira
A série chegou ao Brasil em 1966, dublada pelo estúdio Herbert Richers e exibida inicialmente pela TV Excelsior. Rapidamente, Maguila – O Gorila conquistou o público infantil, em parte porque havia escassez de desenhos coloridos na programação. O tom leve e repetitivo dos episódios era perfeito para horários da manhã e início da tarde, quando crianças voltavam da escola.
Nos anos 70, a Rede Globo adquiriu os direitos e inseriu o gorila em blocos famosos como “Sessão Desenho”, ampliando ainda mais o alcance. A cada reprise, novas gerações descobriam o personagem, mantendo a audiência consistente. Já nos anos 80, surgiram programações como “Xou da Xuxa” e “TV Colosso”, onde trechos de Maguila foram reaproveitados, funcionando como curtas entre atrações ao vivo.
- Picos de audiência: relatórios internos da Globo indicam que a média do desenho chegava a 32 % de share em 1985, competindo com novelas no horário vespertino.
- Símbolo de merchandising: além da TV, Maguila estampava revistas de colorir, figurinhas e bolachas recheadas, consolidando-se como marca querida.
- Legado cultural: expressões como “Maguila, eu te amo!” (frase dita pela menina Orelha) viraram bordão entre crianças brasileiras.
Curiosamente, muitas emissoras regionais mantinham cópias em 16 mm do desenho, permitindo exibições mesmo em cidades sem retransmissoras da Globo. Essa onipresença ajudou o personagem a fincar raízes na cultura popular nacional.
Principais Personagens que Acompanham o Gorila
Embora Maguila seja a estrela, parte do charme da série está em seu elenco de apoio. A interação entre esses personagens garante variedade às tramas.
Sr. Peebles
Dono da loja de animais, o Sr. Peebles é um pequeno comerciante de terno amassado e suspensório. Vive desconfiado de Maguila, pois precisa vender o gorila para equilibrar as contas. Seu bordão “Saia daqui, gorila!” (na versão brasileira) é repetido quase todo episódio.
Orelha (Ogee)
A garotinha que mais ama Maguila. No original, chama-se Ogee; na dublagem, virou Orelha, devido ao penteado com laços grandes. Ela simboliza a pureza infantil, vendo além da aparência gigante do gorila. Frequentemente intercede junto ao Sr. Peebles para que Maguila não seja vendido a pessoas mal-intencionadas.
Clientes Temporários
- Professor Crosswire: cientista que queria usar Maguila em experimentos de força.
- Agente Secreto 221: pretendia treinar o gorila para missões ultrassecretas.
- Madame Dolores: socialite que quis transformá-lo em atração de festas.
Cada cliente introduz novas piadas, desde aulas de etiqueta até perseguições de carro. Esses personagens enriqueceram o universo e mostraram a versatilidade de Maguila nas mais diferentes situações.
Bastidores da Dublagem Nacional
A versão brasileira é motivo de orgulho entre fãs de dublagem. Dirigida por Waldyr Sant’Anna na Herbert Richers, contou com vozes icônicas que marcaram época.
- Maguila: dublado por Mário Jorge Montini. A voz grave, porém simpática, casou perfeitamente com a personalidade mansa do gorila.
- Sr. Peebles: interpretação de Antônio Patiño, que adicionou sotaque levemente espanhol ao personagem, contrastando com o jeitão americano do original.
- Orelha: dublada por Selma Lopes, dando um timbre doce e curioso à menina.
Uma curiosidade nos bastidores foi a liberdade para criar expressões mais brasileiras. Termos como “gibiteca”, “bumbunzão” e “gorilão amigo” não existiam no script original, mas foram incluídos para aproximar o humor do público local. Os estúdios não dispunham de script digital; tudo era gravado em rolo magnético, exigindo sincronia quase perfeita de primeira. Caso um dublador errasse, era necessário rebobinar a fita inteira.
Nos anos 90, parte dos episódios recebeu redublagem pela BKS para exibição no Cartoon Network. Embora tecnicamente superior, a nova versão encontrou resistência de fãs que já estavam acostumados aos bordões clássicos. O fenômeno ilustra como a dublagem impacta a memória afetiva do público brasileiro.
Merchandising e Brindes Colecionáveis
A década de 70 marcou a explosão de produtos licenciados de Maguila – O Gorila no Brasil. Empresas de alimento, brinquedo e até postos de gasolina usaram a imagem do personagem para vender.
Brinquedos de Plástico e Pelúcia
Fabricados pela Estrela, os bonecos de vinil vinham com braço articulado e gorro removível. Já as pelúcias, recheadas com serragem, foram consideradas itens de luxo na época. Hoje, estão entre os brinquedos vintage mais disputados em leilões online.
Álbum de Figurinhas
Lançado pela Editora Abril em 1978, o álbum trazia 240 cromos, muitos metalizados — tecnologia rara. Quem completava ganhava um pôster gigante de 60 cm. O álbum serviu também como “cartilha” de frases do desenho, reforçando bordões.
Prêmios de Fast-Food
Antes mesmo da chegada de redes internacionais, lanchonetes brasileiras distribuíam miniaturas de Maguila em plástico rígido. As peças tinham pintura simples, mas se tornaram relíquias. Estimativas apontam que mais de 3 milhões de unidades circularam entre 1981 e 1984.
- Adesivos para cadernos
- Bottons de metal
- Camisetas tie-dye
- Cofres de gesso
Todo esse material reforçou a presença do gorila fora da TV, aumentando a recordação de marca e garantindo receita extra ao estúdio.
Comparações com Outros Gorilas Famosos da Cultura Pop
Gorilas são figuras recorrentes na mídia. Comparar Maguila com outros primatas fictícios ajuda a entender seu apelo único.
- King Kong: Enquanto Kong representa o lado selvagem e trágico, Maguila simboliza inocência e humor. Ambos compartilham força descomunal, mas diferem no tratamento dramático.
- Donkey Kong: O personagem da Nintendo também é brincalhão, porém atua como anti-herói nos primeiros jogos. Maguila, por sua vez, é sempre querido e bem-intencionado.
- Gorila Grodd (DC Comics): Vilão intelectual com poderes mentais, opõe-se totalmente ao arquétipo simples e infantil de Maguila. A comparação mostra a versatilidade do gorila na cultura pop, podendo ser herói, vilão ou alívio cômico.
- George (Rampage): Assim como Maguila, George é central em confusões urbanas. Contudo, Maguila não causa destruição massiva — seu caos é leve e cheio de gags.
Essas comparações realçam como Maguila – O Gorila atingiu um nicho: o “gigante gentil”, acessível às crianças e livre de qualquer subtexto violento.
Referências Históricas e Culturais no Desenho
Embora pareça simples, o desenho traz várias referências da década de 60.
- Moda: O suspensório roxo de Maguila reflete o estilo mod, então popular em Londres. Muitas crianças passaram a usar calças com suspensório após ver o desenho.
- Televisão em cores: Nos EUA, Maguila estreou no momento em que as TVs coloridas ganhavam mercado. O uso de roxo e verde na roupa foi pensado para se destacar nas vitrines de loja.
- Movimento pelos Direitos Civis: Críticos apontam que o desenho promove tolerância, pois Maguila, um “outsider”, busca aceitação em um mundo de humanos, ecoando debates sobre inclusão.
- Cultura de consumo: A loja de animais do Sr. Peebles satiriza o capitalismo, mostrando que nem tudo é produto fácil de vender.
Além disso, episódios apresentam paródias de filmes de espião (Agente Secreto 221) e competições esportivas (Maguila no boxe), refletindo tendências da época. Essas camadas extras mantêm o desenho interessante para adultos que assistem junto às crianças.
Evolução do Traço e da Animação ao Longo dos Anos
Os primeiros episódios de 1964 usavam a técnica de animação limitada, comum na Hanna-Barbera. Fundos estáticos, movimentos recorrentes e boca sincronizada apenas em quadros chave. Com o tempo, aperfeiçoamentos ocorreram.
Anos 60
Linhas grossas, cores chapadas e loop de caminhada reciclado. Orçamento menor, mas ritmo cômico eficaz.
Anos 70
Para as reprises em TV colorida, alguns fundos foram redesenhados, ganhando detalhamento extra. O gorro de Maguila ficou mais arredondado, e os olhos receberam brilho.
Anos 80 e 90
Produções derivadas, como Yogi’s Treasure Hunt, apresentaram Maguila com traço refinado, contorno mais fino e animação um pouco mais fluida. A tecnologia de xerography permitiu transferência direta do lápis para acetato, preservando o esboço original.
No final dos anos 90, testes em cel animation digital resultaram em cores mais vivas e bordas suaves. Apesar de pequenos, esses ajustes mostram a capacidade do personagem de se adaptar a novos formatos sem perder a essência. Hoje, versões remasterizadas em HD exibem gradação de cor corrigida e áudio estéreo.
Fãs, Comunidades e Eventos Temáticos
Maguila pode ter nascido nos anos 60, mas continua vivo através de fãs dedicados.
Comunidades Online
- Grupos no Facebook: “Maguila – Memórias de um Gorila” conta com mais de 15 mil membros que trocam informações, fotos de produtos raros e scans de revistas antigas.
- Fóruns de dublagem: Usuários compartilham comparações entre a dublagem original e a redublagem, analisando cada bordão.
- Instagram: Hashtag #maguilaogorila reúne artes de fãs e memes que conseguem milhares de curtidas.
Eventos Presenciais
Feiras de cultura retro, como a Comic Con Experience e a Bienal de Quadrinhos de Curitiba, ocasionalmente montam estandes com exibição de episódios clássicos em telão. Cosplayers caracterizados de Maguila fazem fotos com o público, demonstrando que o personagem continua relevante.
Além disso, encontros periódicos em museus de brinquedo, como o de Belo Horizonte, reúnem colecionadores de bonecos originais. Essas reuniões oferecem palestras sobre conservação de vinil e trocas de peças. Para muitos, é oportunidade de reviver a infância e passar a paixão pelo gorila aos filhos.
Onde Assistir Maguila – O Gorila Hoje em Streaming ou TV
Com o advento das plataformas digitais, encontrar episódios de Maguila – O Gorila ficou mais fácil.
- HBO Max: possui a coleção completa em HD, áudio original e dublagem clássica. Há opção de maratonar ou assistir em ordem cronológica.
- Boomerang Canais FAST: transmite blocos temáticos aos finais de semana, incluindo crossovers de Maguila com outros personagens Hanna-Barbera.
- Loja de Vídeo Digital: Apple TV e Google Play vendem temporadas avulsas por episódio, com bônus de entrevistas de dubladores.
- TV Aberta: emissoras educativas, como TV Brasil, realizam sessões nostálgicas durante férias escolares — vale checar a grade local.
- DVDs de Colecionador: box lançado em 2014 pela Warner traz 5 discos, extras de storyboard e livreto histórico de 32 páginas.
Para fãs que buscam a experiência vintage, canais de YouTube preservam gravações de fitas VHS, mantendo inclusive anúncios da época. Embora a qualidade seja menor, serve como cápsula do tempo da televisão brasileira dos anos 80.
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