Antes mesmo dos Power Rangers aparecerem, o desenho Família Drácula (Drak Pack) já mostrava três jovens herdeiros de monstros clássicos trocando mochilas por capas para combater o mal.
Produzida pela Hanna-Barbera e exibida nos EUA pela CBS em 1980, a série aterrissou no Brasil dentro do “Clube da Criança”, na Rede Manchete, onde virou febre nas manhãs da garotada.
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Entre o terror e o heroísmo: a premissa inovadora
Drak é sobrinho-neto do lendário Conde Drácula; Frankie, descendente da criatura de Frankenstein; e Lobão (Howler), linhagem direta do Lobisomem.
Para “pagar pelos pecados” da família, eles batem as mãos e gritam “Drak Pack Wacko!”, transformando-se em versões adolescentes de seus ancestrais com superforça, voo e uivos sônicos.
A cada episódio de 30 minutos eles tentam frustrar os planos do atrapalhado vilão Dr. Dred e sua gangue O.G.R.E., numa mistura de aventura, humor físico e lições de camaradagem.
Bastidores de produção e dublagem no Brasil
Dirigido por Chris Cuddington, com produção executiva de William Hanna e Joseph Barbera, o desenho contou com vozes originais de William Callaway (Drak), Chuck McCann (Frankie) e Jerry Dexter (Howler).
No Brasil, houve duas dublagens: a primeira feita pelo estúdio Álamo e a redublagem pela Herbert Richers, ambas queridas pelos fãs.
A qualidade da redublagem carioca manteve bordões como o auto-piti de Sapão (“Mal, Sapão!”) e piadas com Draculão batendo a tampa do próprio caixão. Esses detalhes ajudaram a série a fixar-se na memória auditiva de quem cresceu nos anos 80.
Exibição no Brasil e recepção das crianças
A estreia brasileira ocorreu em 1984 dentro do “Clube da Criança”, comandado por Xuxa na Rede Manchete, e retornou nas “Tardes Maravilhosas” de reprises da emissora até o início dos 90.
A animação se encaixava perfeitamente no gosto da época, que flertava com temas de terror light como “Os Caça-Fantasma” e “Scooby-Doo”.
Seu humor pastelão, aliado à estética gótica colorida, rendeu boa audiência e presença frequente em listas de “desenhos esquecidos que amamos”.
Onde assistir hoje e legado cultural
Embora ainda não esteja em catálogo de streaming pago no Brasil, todos os 16 episódios podem ser encontrados legalmente em inglês no canal oficial “WB Kids” no YouTube e em listas de reprodução preservadas no Internet Archive, além de um DVD importado pela Warner Archive Collection.
O legado da série se vê em referências discretas: a transformação coletiva com toque de mãos inspirou sequências em “Ben 10” e “Monster High”; jogos indie como “Monster Prom” citam Drak, Frankie e Howler como “trindade original” dos monstros bonzinhos.
Fãs brasileiros mantêm páginas no Facebook e grupos nostálgicos onde trocam ripagens de episódios, artes de fã e informações sobre colecionáveis raros.
Outros trabalhos do elenco e direção
- Hans Conried (Dr. Dred) havia marcado época como Capitão Gancho na versão animada de “Peter Pan”.
- Alan Oppenheimer, outra voz recorrente, tornou-se lendário como o Esqueleto em “He-Man e os Defensores do Universo”.
- O diretor Cuddington colaborou também em “Pac-Man” (1982) e “Os Snorks” (1984), exportando para esses títulos o ritmo cômico observado em Família Drácula
Família Drácula hoje e sempre
A memória afetiva que envolve Família Drácula explica por que tantos colecionadores exibem com orgulho fitas VHS gravadas da Manchete e DVDs caseiros.
O conceito de heróis monstruosos, aliado ao humor inocente, continua atraindo novos espectadores, pais e filhos compartilham sessões “pipoca” no YouTube para apresentar Drak, Frankie e Lobão à próxima geração.
Além disso, a série reforça a ideia de que heróis podem nascer de qualquer linhagem: não importa o passado da família, escolhas presentes é que importam.
Essa mensagem, embrulhada num desenho ágil e colorido, deixa Família Drácula viva no coração de quem valoriza clássicos bem-humorados dos anos 80.
Se você busca uma dose de aventura leve, trilha sonora vibrante e monstros do bem, dê play em qualquer episódio.
Logo estará repetindo “Drak Pack Wacko!” e entendendo por que o trio adolescente que salvava o mundo antes do café da manhã continua tão saborosamente atemporal.
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