O spin-off que fez a DC voltar à TV antes mesmo de “Lois & Clark” explodir nos anos 90

Superboy
Imagem: Divulgação

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Antes de “Lois & Clark” dominar os anos 90, foi Superboy quem reabriu as portas da DC Comics para a televisão live-action.

Lançada em 8 de outubro de 1988, a atração acompanhava um Clark Kent universitário, apaixonado por jornalismo e já dono do uniforme azul-vermelho.

Ao longo de quatro temporadas e 100 episódios, o seriado, rebatizado para The Adventures of Superboy na terceira temporada, conquistou fãs, bateu recordes de distribuição e ainda hoje é lembrado por sua criatividade dentro de um orçamento modesto.

Vídeo: Canal Classic TV Zone

Da Flórida para o Mundo: bastidores de produção

Produzida pelos veteranos Ilya e Alexander Salkind, responsáveis pelos primeiros filmes do Superman, a série foi filmada inicialmente no recém-inaugurado Disney-MGM Studios, em Orlando, mudando-se depois para a vizinha Universal Studios Florida.

O campus da Universidade da Flórida Central serviu de fachada para a fictícia Shuster University, em homenagem aos cocriadores do herói.

O formato de distribuição permitiu que a produção fosse vendida diretamente a emissoras locais nos EUA, garantindo exibição em mercados que viviam órfãos de super-heróis desde o fim de “Mulher-Maravilha” em 1979.

Cada episódio, com cerca de 22 minutos, era rodado em película 16 mm para conter custos, mas a fotografia diurna na ensolarada Flórida deu ao programa um brilho próprio.

Mudanças de elenco que marcaram época

A primeira temporada apresentou John Haymes Newton como Clark/Superboy. Após divergências contratuais, Newton foi substituído por Gerard Christopher a partir de 1989; o troca-troca foi tão repentino que o episódio de estreia do segundo ano simplesmente prosseguiu a história, sem explicações.

Algo parecido ocorreu com Lex Luthor: o modelo Scott Wells interpretou o gênio do mal no primeiro ano, mas Sherman Howard assumiu o vilão nas temporadas seguintes.

Os roteiristas justificaram a mudança com uma cirurgia plástica de Luthor para escapar da polícia, um dos primeiros “soft reboots” vistos em séries de heróis.

Entre os coadjuvantes, Stacy Haiduk brilhou como Lana Lang, enquanto Jim Calvert encarnou T. J. White, filho de Perry White.

A partir da terceira temporada, Peter Jay Fernandez integrou a fictícia Bureau for Extra-Normal Matters, antecipando o clima de agência secreta que ficaria popular em “Smallville”.

Conexões com o Universo DC e legado na TV

Mesmo com orçamento apertado, os roteiristas Cary Bates e Mark Jones mergulharam fundo na mitologia dos quadrinhos.

Bizarro, Metallo, Mr. Mxyzptlk e até um “clone kryptoniano” de Clark deram as caras antes de conceitos semelhantes explodirem nas HQs dos anos 90.

Participações de George Lazenby e Britt Ekland como Jor-El e Lara mostraram que a produção não tinha medo de mirar alto.

Nos bastidores, diretores que depois ganhariam fama em “Arquivo X”, “Smallville” e “Game of Thrones”, como David Nutter, lapidaram seu estilo filmando episódios cheios de truques práticos, cabos visíveis e maquetes.

O resultado conquistou fãs de efeitos “old school”, provando que criatividade supera limitação orçamentária.

A influência de Superboy atravessou gerações: a ideia de explorar a juventude de Clark inspirou a WB/CW a apostar em “Smallville” (2001), enquanto o tom investigativo serviu de guia para “Krypton” (2018) e “Superman & Lois” (2021).

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Exibição no Brasil e impacto cultural

No Brasil, a estreia ocorreu pelo SBT em 1992, dentro do “Programa da Mara” e em faixas como “Sessão Aventura”, mantendo o título original.

A série competia diretamente com animações japonesas da Rede Manchete e, ainda assim, conquistou boa fatia de público infanto-juvenil dos anos 90.

Revistas como Heróis da TV traziam pôsteres do herói, enquanto fitas VHS piratas circulavam em feiras de vídeo.

O sucesso rendeu reprises pontuais em emissoras regionais até meados de 1999, quando “Smallville” assumiu o posto de “Super-Herói da Semana”.

Onde assistir hoje e outros trabalhos do elenco

Encontrar Superboy de forma oficial nunca foi simples: disputas de direitos entre os Salkind e a Warner atrasaram DVDs, mas hoje as quatro temporadas estão à venda em Apple TV e Amazon Prime Video nos EUA.

No Brasil, a Rede Brasil de Televisão exibe série em sua grade de programação.

O elenco seguiu caminhos distintos:

  • Gerard Christopher virou roteirista e apareceu em “Melrose Place”;
  • John Haymes Newton participou de “Desperate Housewives” e hoje trabalha com terapias holísticas;
  • Stacy Haiduk brilhou em “Prison Break” e em novelas da CBS;
  • Sherman Howard emprestou a voz ao Coringa em game da Telltale, além de aparecer em “Seinfeld”.

Entre os diretores, David Nutter virou “rei dos pilotos”, lançando hits como “The Flash” (2014) e “Arrow” (2012). Sua experiência com cabos, fumaça e Kryptonita prática em Superboy foi o trampolim para cenas épicas como o Casamento Vermelho em “Game of Thrones”.

Por que Superboy ainda merece ser lembrado

Apesar de técnicas rudimentares, Superboy provou que boas histórias e carisma bastam para manter um herói voando alto na TV.

O seriado pavimentou o caminho para a avalanche de adaptações de quadrinhos que viria a seguir, mostrando que público existe, e responde, quando se respeita o material original.

Reassistir hoje é um exercício de nostalgia e de arqueologia televisiva: somos transportados a uma época em que truques de câmera, fios e miniaturas satisfaziam a imaginação de milhões.

Ao reconhecer as limitações, a equipe criativa abraçou soluções engenhosas que dão charme artesanal à produção.

Por fim, Superboy permanece como lembrança do poder da aventura clássica: honestidade, espírito de descoberta e a certeza de que, mesmo antes de se tornar o Superman que conhecemos, Clark Kent já inspirava coragem e esperança à frente de seu tempo.

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Foto de Augusto Tavares

Augusto Tavares

Me chamo Augusto Tavares, sou formado em Marketing e apaixonado pelo universo dos programas de TV que marcaram época. Como autor trago minha experiência em estratégia de comunicação e criação de conteúdo para escrever artigos que reúnem nostalgia e informação. Meu objetivo é despertar memórias afetivas nos leitores, mostrando como a era de ouro da televisão ainda influencia tendências e comportamentos nos dias de hoje.

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