Os Impossíveis: O Trio de Super-Heróis Musicais que Deixou sua Marca

Os Impossíveis
Foto: Divulgação

O universo dos desenhos animados está repleto de produções que marcaram época e conquistaram gerações.

Porém, algumas séries se destacaram por sua combinação inusitada de aventura, humor e música.

É o caso de Os Impossíveis, um trio de super-heróis que, além de combater vilões com habilidades pra lá de curiosas, ainda encontrava tempo para se apresentar como uma banda de rock vibrante.

Lançado em plena era de ouro da animação, esse desenho encantou crianças e adultos, transformando-se em um verdadeiro ícone cultural.

Neste artigo, vamos mergulhar em todos os detalhes que cercam Os Impossíveis: Você vai conhecer curiosidades, entender onde é possível assistir aos episódios hoje em dia e explorar a relevância histórica dessa animação.

Afinal, a magia desse desenho não se restringe apenas ao passado, muitos fãs continuam revisitando as aventuras desses músicos-justiceiros e levando adiante um legado que atravessa várias gerações.

Prepare-se para uma viagem no tempo, descobrindo como uma simples ideia pôde influenciar todo um gênero de animação e ainda manter seu encanto.

Uma Breve Jornada pela Criação de um Clássico Animado

Os estúdios Hanna-Barbera foram responsáveis por diversas produções que marcaram o coração do público.

William Hanna e Joseph Barbera deram vida a personagens que fazem parte da memória afetiva de muitas famílias.

O desenho Os Impossíveis foi um desses projetos bem-sucedidos, integrando uma safra de animações produzidas em meados dos anos 1960.

A ideia de misturar uma banda de rock com aventuras de super-heróis era ousada, principalmente em uma época em que as propostas de desenhos seguiam formatos mais tradicionais.

Cada episódio trazia o grupo enfrentando inimigos e exibindo seus poderes: Homem-Mola podia esticar seu corpo como uma mola; Homem-Fluído transformava-se em água; e Multi-Homens criava inúmeras cópias de si mesmo.

Enquanto não estavam combatendo o crime, eles assumiam a identidade de uma banda que se apresentava pelos quatro cantos, sempre mantendo em segredo suas habilidades especiais.

William Hanna e Joseph Barbera, que já haviam feito sucesso com títulos como “Os Flintstones” e “Manda-Chuva”, ousaram ao incluir elementos musicais e de superaventura em um desenho de curta duração.

O resultado foi um conjunto de histórias leves, repletas de humor e ação que conquistou crianças e adultos.

Data de Estreia, Dublagem e Direção

Para entender melhor a relevância de Os Impossíveis, é essencial conhecer a data de estreia e os principais nomes por trás do desenho.

A primeira exibição nos Estados Unidos ocorreu em 10 de setembro de 1966, fazendo parte do programa “Frankenstein Jr. and The Impossibles”, que ia ao ar nas manhãs de sábado pela rede CBS.

Na época, os desenhos de curta duração eram muito populares e vinham agrupados em um mesmo bloco de programação.

Além de William Hanna e Joseph Barbera, o desenho contou com uma equipe de roteiristas e produtores que já estavam acostumados a criar sucessos televisivos.

A direção de animação ficou a cargo de diretores internos do estúdio Hanna-Barbera, que tinham experiência em mesclar ação e comédia para o público infantil.

No elenco original de vozes, destacam-se nomes como:

  • Hal Smith: Responsável pela voz de Homem-Mola. Ele também participou de outras animações de Hanna-Barbera.
  • Paul Frees: Um dublador versátil que deu voz ao Multi-Homem e vários personagens icônicos, incluindo vilões na Disney e em outros clássicos da TV.
  • Don Messick: Famoso por ser a voz do Homem-Fluído e vários outros personagens como Scooby-Doo e Boo-Boo em “Zé Colmeia”, também contribuiu em alguns episódios, seja interpretando coadjuvantes ou vilões ocasionais.

No Brasil os dubladores, foram:

  • Carlos Alberto Vaccari: Na voz do Multi-Homem.
  • Older Cazarré: Dublou o Homem-Fluído.
  • Gastão Renné: Fez o Homem-Mola.
Todas essas contribuições refletem o quão prolífica foi a era de ouro da animação, em que artistas e dubladores se especializaram em dar vozes e personalidades únicas a personagens que se imortalizaram na cultura pop.

Chegada ao Brasil e Exibição em Canais de TV

No Brasil, Os Impossíveis desembarcaram alguns anos após o sucesso nos Estados Unidos.

A estreia nacional aconteceu já na virada para a década de 1970, inicialmente por meio de emissoras como a TV Tupi.

Posteriormente, as aventuras do trio também foram exibidas em outros canais, incluindo a Rede Globo e o SBT, em diferentes fases e horários da programação infantil.

A princípio, o desenho foi apresentado em um formato similar ao dos Estados Unidos, como parte de um pacote que incluía outros cartoons, o que era muito comum na época.

Assim como no mercado norte-americano, Os Impossíveis chegavam em histórias curtas, quase “pílulas” de ação e diversão, intercaladas com outros títulos do estúdio Hanna-Barbera.

Quanto ao total de temporadas, a produção foi originalmente lançada em um único período de exibição nos EUA, integrando o bloco “Frankenstein Jr.  e os Impossíveis”, que ficou no ar entre 1966 e 1967.

No Brasil, embora o desenho tenha sido exibido diversas vezes em reprises, não ganhou temporadas adicionais.

Na prática, o número de segmentos permaneceu o mesmo, mas eles foram reexibidos em diferentes épocas, conquistando mais fãs a cada nova geração.

A Curiosa Fórmula de Misturar Rock e Superpoderes

O grande trunfo de Os Impossíveis foi sua proposta diferenciada, capaz de captar a atenção de um público que começava a transitar entre o gosto pela música pop e o fascínio pelos super-heróis.

O rock era o gênero musical do momento, trazendo energia e juventude ao cenário cultural.

Enquanto Homem-Mola, Homem-fluído e Multi-Homens viviam a rotina de astros do rock, também tinham a missão de salvar o mundo de ameaças bem-humoradas, vilões caricatos que combinavam com o tom leve e aventureiro do desenho.

Cada episódio seguia uma estrutura clara: O trio geralmente se apresentava em um show, até serem chamados pelo “Chefe” (o contato que lhes passava as missões) para enfrentar um vilão ou resolver algum problema urgente.

Nesse instante, o show era interrompido e eles corriam para se transformar em super-heróis, embarcando em sequências de ação repletas de efeitos sonoros característicos da época.

Essa mistura de música, humor e aventura criou uma identidade própria para o desenho, tornando-o imediatamente reconhecível.

Ainda que os episódios tivessem duração reduzida, eles cumpriam bem a tarefa de divertir e entreter, principalmente pela dinâmica bem construída entre os três protagonistas, que se provocavam de forma cômica, mas sempre agiam como um time unido na hora de combater o mal.

Momentos Marcantes e Curiosidades Sobre o Desenho

Não faltam curiosidades envolvendo Os Impossíveis.

A primeira diz respeito ao fato de eles dividirem o mesmo programa com Frankenstein Jr., outro personagem da Hanna-Barbera, que era um robô gigante controlado por um garoto.

Embora não houvesse um grande crossover entre os personagens, a abertura e o encerramento os apresentavam em conjunto, criando a sensação de que faziam parte de um mesmo universo.

Outra curiosidade está relacionada às referências musicais da época: As canções que o trio tocava não eram especificamente grandes hits, mas sim composições originais que soavam como o rock jovem do período.

Isso ajudava a reforçar a proposta de que se tratava de uma banda de garagem disfarçada, que, nos intervalos, precisava combater o crime.

Existem também lendas de bastidores sobre possíveis inspirações em bandas reais, como The Beatles e The Monkees, já que o rock britânico e os grupos de garagem estavam em alta nos anos 1960.

Embora nunca tenha sido confirmado oficialmente, é notável a semelhança do formato “banda + aventuras” com o estilo popular na mídia da época.

Além disso, o formato de desenho de curta duração foi uma escolha estratégica para caber na grade matinal de sábado, em que a CBS apresentava blocos variados.

Cada episódio de Os Impossíveis tinha cerca de 6 minutos, mas mesmo nesse tempo reduzido, eles conseguiam contar histórias completas e divertidas.

A Importância Histórica e Onde Podemos Assistir Atualmente

Com o passar do tempo, Os Impossíveis mantiveram um lugar especial no coração dos fãs de animações clássicas.

Atualmente você vai encontrar Os Impossíveis na plataforma de Streaming Oldflix.

Alguns serviços de assinatura transmitem maratonas de desenhos clássicos, incluindo episódios de Os Impossíveis em sua programação especial.

Considerações sobre a Recepção Crítica e o Fator Nostalgia.

Na época de seu lançamento, as animações passavam por um período de transformação, com a adoção de técnicas de produção mais econômicas.

Alguns críticos apontavam que Hanna-Barbera, ao acelerar processos de animação, deixava um pouco a desejar na fluidez dos movimentos.

Porém, apesar das limitações técnicas, o carisma de produções como Os Impossíveis superava as críticas sobre a qualidade gráfica.

O fator nostalgia também pesa muito na avaliação atual.

Para quem cresceu na frente da TV entre as décadas de 1960 e 1980, cada episódio do trio de heróis-rockstars representava um momento de diversão e fantasia.

Essa memória afetiva contribuiu para manter o desenho vivo na mente do público, que agora pode compartilhar com as novas gerações o prazer de assistir a essas histórias.

Em retrospectiva, a crítica especializada tende a olhar com carinho para esse período criativo de Hanna-Barbera, reconhecendo a importância de suas ideias ousadas.

Frankenstein Jr. e os Impossíveis não teve uma longa duração, mas certamente deixou uma marca profunda.

O Duradouro Legado de Os Impossíveis: Rock, Aventura e Nostalgia

A trajetória de Os Impossíveis é um verdadeiro testemunho de como a criatividade e a ousadia podem conquistar o público e perpetuar-se além de suas exibições originais.

Mesmo surgindo nos anos 1960, quando as séries de super-heróis ainda estavam se firmando e o rock despontava como fenômeno cultural, o trio reuniu o melhor desses dois mundos e criou um desenho vibrante, repleto de ação e humor.

A influência de William Hanna e Joseph Barbera, somada ao talento de dubladores de peso, ajudou a formar um conjunto ímpar, ainda hoje lembrado pelos fãs de animação clássica.

Assim, Os Impossíveis seguem firmes como ícones culturais, provando que boas ideias, quando combinadas com personagens carismáticos, conseguem atravessar gerações e manter o encanto para novos e antigos fãs.

Foto de Augusto Tavares

Augusto Tavares

Me chamo Augusto Tavares, sou formado em Marketing e apaixonado pelo universo dos programas de TV que marcaram época. Como autor trago minha experiência em estratégia de comunicação e criação de conteúdo para escrever artigos que reúnem nostalgia e informação. Meu objetivo é despertar memórias afetivas nos leitores, mostrando como a era de ouro da televisão ainda influencia tendências e comportamentos nos dias de hoje.

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