Ultraman: A surpreendente origem do herói gigante que mudou a TV japonesa

Ultraman
Imagem: Divulgação

Quando Ultraman estreou em 17 de julho de 1966 na rede TBS, poucos imaginavam que aquele ser prateado vindo da Nebulosa M-78 redefiniria o entretenimento japonês.

Criado por Eiji Tsuburaya, mestre dos efeitos especiais de Godzilla, o seriado virou febre instantânea, gerando filas por bonecos, álbuns de figurinha e uma franquia que soma dezenas de séries até 2025.

Vídeo: Canal wally imoveis

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O nascimento de um ícone televisivo

A série chegou às telas apenas duas semanas depois do especial ao vivo, criado às pressas para ganhar tempo de pós-produção.

Foram 39 episódios, filmados em 16 mm para economizar orçamento, que se mantiveram líderes de audiência até o episódio final em 9 de abril de 1967.

Produzido pela recém-fundada Tsuburaya Productions, o programa combinava miniaturas, pirotecnia e trajes de borracha, técnicas que se tornariam padrão no gênero tokusatsu clássico.

O estúdio montou três equipes simultâneas, ação, efeitos práticos e pós-produção, para vencer o ritmo semanal.

Elenco e bastidores que deram vida ao herói

  • Susumu Kurobe interpretou Shin Hayata, piloto da Patrulha Científica (SSSP) que serve de hospedeiro do herói;
  • Bin Furuya vestia o traje prateado dentro do estúdio quente;
  • Akiji Kobayashi comandava a equipe como Capitão Muramatsu;
  • Hiroko Sakurai foi a pioneira feminina Fuji.

A direção principal coube a Hajime Tsuburaya e Akio Jissōji, enquanto Kunio Miyauchi compôs a trilha contagiante “Urutoraman no Uta”.

Curiosamente, os atores gravavam diálogos primeiro; as cenas de batalhas eram rodadas separadamente em escala reduzida.

Furuya, com 1,81 m, precisou adaptar movimentos de artes marciais para caber no set em miniatura, criando o gesto de cruzar os braços em “L” para disparar o Specium Ray.

Do Japão ao Brasil: a chegada pela TV Tupi

No Brasil, a série pousou em 8 de março de 1968 na TV Rádio Clube, afiliada da TV Tupi em Recife, e logo ganhou todo o país dentro do Clube do Capitão Aza.

Entre 1974 e 1980, voltou em novas dublagens pela própria Tupi, pela Record e, depois, pelo SBT, mantendo a audiência das tardes infantis.

Os dubladores brasileiros criaram adaptações criativas, Zetton virou “Zetton, o Indestrutível”, e a cápsula Beta foi chamada de “Cápsula Secreta”.

O sucesso abriu caminho a outras séries tokusatsu, de Spectreman a Jaspion, consolidando um nicho que resistiu às mudanças de grade dos anos 80 e 90.

Truques visuais que definiram o gênero

A equipe usava explosivos reais em miniaturas de Tóquio, filmados a 120 fps, para transmitir impacto. As lutas eram coreografadas sem ensaio prévio: ator e dublê de monstro improvisavam golpes até atingir três minutos de filmagem, tempo que casava com a edição musical.

As lâmpadas do Color Timer no peito de Ultraman piscavam graças a um simples circuito de 9 V controlado fora do quadro.

Esses artifícios influenciaram produções posteriores, inclusive Power Rangers, que herdou a “estética borracha & faísca” dos anos 60.

Onde assistir hoje

YouTube (global) – A Tsuburaya disponibiliza episódios remasterizados em inglês e japonês no canal ウルトラマン公式 ULTRAMAN OFFICIAL by TSUBURAYA PROD. gratuitamente.
Pluto TV – O canal FAST TokuSHOUTsu exibe maratonas diárias da série clássica em inglês.
Prime Video (Brasil) – A box Ultraman – Remaster HD pode ser alugada ou comprada.
Blu-ray importado – A Mill Creek lançou a coleção completa com legendas em português em 2019.

Legado duradouro de Eiji Tsuburaya

  • Eiji Tsuburaya criou Ultra Q (1966) e supervisionou efeitos em Godzilla (1954);
  • Susumu Kurobe voltaria como pai de Shinjiro em Ultraman Ginga (2013);
  • Hiroko Sakurai tornou-se produtora do museu Tsuburaya;
  • Akio Jissōji dirigiu cults como Morte em pleno verão (1970).

O impacto econômico também foi gigantesco: até 1987, a marca faturou bilhões de ienes em brinquedos, tornando-se a terceira franquia mais rentável do Japão.

A força eterna de Ultraman

Ultraman nasceu de limitações técnicas, mas provou que criatividade vence orçamento. Seus efeitos práticos, ainda que simples, continuam encantando novos espectadores nas plataformas digitais.

Mais do que nostalgia, Ultraman oferece uma aula de empreendedorismo audiovisual: do merchandising pioneiro à circulação mundial, cada passo influenciou séries de super-heróis em todo o planeta.

Ao revisitar a origem desse gigante prateado, percebemos que a luz de Nebulosa M-78 continua brilhando, e sempre haverá um espectador pronto para ouvir o aviso: “Color Timer piscando… tempo quase esgotado!”

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Foto de Augusto Tavares

Augusto Tavares

Me chamo Augusto Tavares, sou formado em Marketing e apaixonado pelo universo dos programas de TV que marcaram época. Como autor trago minha experiência em estratégia de comunicação e criação de conteúdo para escrever artigos que reúnem nostalgia e informação. Meu objetivo é despertar memórias afetivas nos leitores, mostrando como a era de ouro da televisão ainda influencia tendências e comportamentos nos dias de hoje.

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